quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um ano.

Ontem, o Matias fez um ano. O Matias é o meu neto, o meu primeiro neto. É filho da Joana e do Luis, vê muita gente como ainda ontem e faz um ar circunspecto, uma criança pode fazer um ar circunspecto?, mas depois fica igualzinho àquilo que se espera dele: uma criança que tem um ano. O Matias adora as etiquetas de pano da roupa, as etiquetas dos brinquedos, tudo o que seja bem mais pequeno do que o objecto onde a dita vem acrescentada; não tem tanta adoração pelos brinquedos, os brinquedos são coisas que os adultos, já esquecidos há muito da sua inocência, oferecem às crianças de um ano.
Agora, faria todo o sentido que eu propusesse o Dia Mundial da Etiqueta, a Conferência Universal do Ó-Ó, a Semana Internacional da Cócega, o Concílio dos Afectos, a Reunião Magna sobre o problema dos Carinhos Por Fazer, o I Encontro Global dos Avós Babados. Mas não. Algures, desapareceu para sempre uma parte importante do público para assistir a tanta ternura. f.t.

7 comentários:

  1. Parabens para o netinho e para o avô babado, saude para todos vós, BEM HAJA

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  2. Parabéns ao neto e ao avô que se delícia com as caretas.
    Estou consigo, vamos chamar atenção das pessoas para a falta de afectos e ternura.
    Com carinho
    Sairaf

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  3. Primeiro, parabéns ao neto, aos avós e aos pais. Depois, só para dizer que tenho uma amiga cuja filha tem a mesma paixão por etiquetas que o seu neto. A tia fez-lhe um boneco e coseu uma data de etiquetas ao dito. É o brinquedo preferido da Carolina! A ver se arranjo uma foto!Quanto aos afectos... andamos muito esquecidos do que é a ternura, um abraço ou um telefonema para perguntar a um amigo como está. E depois eles desaparecem e só nos restam as saudades! Um abraço!

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  4. muito querido, querido pai.
    Espera só até o matias começar a ouvir contar histórias...

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  5. "(...)e foste criança diz-me a cor do teu país
    Eu te digo que o meu era da cor do bibe
    e tinha o tamanho de um pau de giz
    Naquele tempo tudo acontecia pela primeira vez
    Ainda hoje trago os cheiros no nariz
    Senhor que a minha vida seja permitir a infância
    embora nunca mais saiba como ela se diz."

    Palavras de Ruy Belo.
    E eu teimo em voltar a saber dizer a infância e a ternura e o riso.
    Por isso gostei deste seu post. E quem me dera ser avó!

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  6. No Diário de Notícias, em http://dn.sapo.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=1476064:


    O quandonaosouberescopia.blogspot.com chegou este mês à Net.

    "Aos 61 anos, Fernando Tordo resolveu entrar num território desconhecido: o cantor criou um blogue (http:/quandonaosouberescopia.blogspot.com). O filho João, escritor galardoado com o Prémio José Saramago 2009 (pelo romance As Três Vidas), foi um dos grandes impulsionadores do novo acontecimento do progenitor. E o primeiro comentário pertence-lhe, ao filho.

    Para já (até meio da tarde de ontem), e desde 4 de Janeiro, Fernando colocou três entradas: um "experimental" poético (A vida em vão/o vão da vida/uma esca-da/uma espécie de entrada por saída), uma mensagem ao filho João (joaotordo.blogspot.com), que parece ter sido a grande mola para lançar o pai na web, e um balanço de seguidores (eram 13 quando o escreveu, ontem já eram 22). Na missiva ao filho João: "Esta espécie de emoção que me provoca não saber de maneira nenhuma como é que esta escrita me sai do colo e vai ter com vocês." O primeiro comentário: "Boa pai! É isso mesmo!", apoiou o filho João Tordo.

    Fernando Tordo apresenta-se assim: "Compositor, autor e intérprete. 45 anos de actividade profissional, 61 anos de idade, quatro filhos e uma vida cheia de acontecimentos." Eis mais um, depois da música (iniciou-se aos 16 anos) e, recentemente, da pintura, ele que anda obcecado por Amadeu de Souza-Cardoso."

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  7. Não acabou o público, Fernando!
    Não acabou o público para falar dos afectos, dos carinhos, dos miminhos, da cócegas, dos olhares malandros, dos sorrisos alegres com meninos que preferem as etiquetas aos brinquedos...

    E não acabou, seguramente, público para ler quem lhes lembre as coisas da vida que nos enchem o coração, como o Fernando faz.

    Obrigada por este maravilhoso momento de ternura. As lágrimas que me bailam agora nos olhos são a certeza de que aqui voltarei muito mais vezes a este espaço.
    Um abraço

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